EDUCAÇÃO, SOCIEDADE E CULTURA.
OS QUATRO PILARES DA EDUCAÇÃO
"O homem não é um ser-substância de quem poderíamos descrever e coisificar as atitudes comportamentais. Não é um ser estático e acabado, cujo comportamento teria o privilégio de assemelhar-se à sua essência, isto é, a uma definição de seu ser inscrita na "natureza humana". Porque antes de constituir um ente como outro qualquer, o homem é um existente que se constrói constantemente por sua presença no mundo: é um ser histórico, em devir, que sempre se coloca em questão". JAPIASSU, Hilton.
A educação ao longo de toda a vida se refere à mudança da noção de qualificação, pautada em uma formação única para a noção de competência, que se relaciona a uma formação dinâmica, flexível, condizente com a ênfase atual no trabalho em equipe, na capacidade de iniciativa, na valorização de talentos e aptidões. Essa mudança advém da “desmaterialização” do trabalho que exige, além da técnica, a “aptidão para as relações interpessoais” (Delors, 2003, p. 95).
É preciso explorar, conhecer os processos, as relações nos seus discursos e sua pretensa efetivação e, assim, relacionar educação com a estrutura social e a construção histórica, das quais não se desvinculam. Dessa forma, expõem-se os sentidos velados, as fórmulas ideológicas que se articulam nos discursos, trazendo à tona interrogações necessárias a uma educação que possa ser verdadeiramente transformadora e humana. Compreender a sociedade, seus discursos, sua cultura, suas fundamentações é compreender os rumos que a educação tem tomado, e dessa forma pensar a possibilidade da experiência, do diferente, em direção a transformação social tão vulgarmente pronunciada na atualidade.
QUATRO PILARES DA EDUCAÇÃO
RUBEM ALVES
Métodos e metodologias em educação estão em constante mudança. Tradicionais, construtivistas, sócio-interacionistas, montessorianos, é tudo uma questão de escolha. Segundo a UNESCO e Jaques Delors, responsável pelo relatório da Comissão Internacional Sobre a educação do Século XX, para dar conta de sua missão e promover uma aprendizagem ao longo da vida, a educação deve se organizar em torno de quatro aprendizagens fundamentais. Aprendizagens estas que se transformarão para cada indivíduo em pilares do conhecimento e da formação continuada. Sem eles, não estaremos realmente preparando nossos alunos para viver em sociedade.
PILARES DA EDUCAÇÃO
PRIMEIRO: APRENDE A APRENDER
“Educar é mostrar a vida a quem ainda não a viu” (Rubem Alves). Educadores são pessoas que certamente amam crianças. Mas não basta amá-las. É preciso que a gente tenha também a vontade de ensinar o mundo as crianças. O primeiro passo é APRENDER a APRENDER. É necessário tornar prazeroso o ato de compreender, descobrir, construir e reconstruir o conhecimento para que não seja efêmero, para que se mantenha ao longo do tempo e para que valorize a curiosidade, a autonomia e a atenção permanentemente. É preciso também pensar o novo, reconstruir o velho e reinventar o pensar.
SEGUNDO PILAR: APRENDER A FAZER
Para APRENDER a APRENDER é preciso aprender a FAZER. As crianças tem verdadeiro fascínio por fazer. Elas querem o tempo todo “fazer coisas”. Não basta preparar-se com cuidados para inserir-se no setor do trabalho. A rápida evolução por que passam as profissões pede que o indivíduo esteja apto a enfrentar novas situações de emprego e a trabalhar em equipe, desenvolvendo espírito cooperativo e de humildade na reelaboração conceitual e nas trocas, valores necessários ao trabalho coletivo. Ter iniciativa e intuição, gostar de uma certa dose de risco, saber comunicar-se e resolver conflitos e ser flexível. Aprender a fazer envolve uma série de técnicas a serem trabalhadas.
TERCEIRO PILAR: APRENDER A CONVIVER
É preciso aprender a CONVIVER, a viver junto, a compreender o outro, aceitar as diferenças administrar conflitos. Me arrisco até a dizer que no mundo de hoje, talvez este seja um dos conhecimentos mais valorizados. Uma educação baseada nestes quatro pilares significa o fim do ensino-aprendizagem voltado apenas para a absorção de conteúdos. Significa ainda mais, pois implica em uma educação que liberta que faz crescer, que valoriza o pensar, e isto independe de qualquer método, metodologia ou linha pedagógica. No mundo atual, este é um importantíssimo aprendizado por ser valorizado quem aprende a viver com os outros, a compreendê-los, a desenvolver a percepção de interdependência, a administrar conflitos, a participar de projetos comuns, a ter prazer no esforço comum.
QUARTO PILAR: APRENDER A SER
É preciso também aprender a SER, o que necessariamente implica em educar os ouvidos para ouvir, e ouvir frequentemente o que não é dito. Despertar no aluno o sentido ético e estético, a responsabilidade pessoal, o pensamento autônomo, crítico a criatividade. É importante desenvolver sensibilidade, sentido ético e estético, responsabilidade pessoal, pensamento autônomo e crítico, imaginação, criatividade, iniciativa e crescimento integral da pessoa em relação à inteligência. A aprendizagem precisa ser integral, não negligenciando nenhuma das potencialidades de cada indivíduo.
Com base nessa visão dos quatro pilares do conhecimento, pode-se prever grandes consequências na educação. O ensino-aprendizagem voltado apenas para a absorção de conhecimento e que tem sido objeto de preocupação constante de quem ensina deverá dar lugar ao ensinar a pensar, saber comunicar-se e pesquisar, ter raciocínio lógico, fazer sínteses e elaborações teóricas, ser independente e autônomo; enfim, ser socialmente competente.
Uma educação fundamentada nos quatro pilares acima elencados sugere alguns procedimentos didáticos que lhe seja condizente, como:
Relacionar o tema com a experiência do estudante e de outros personagens do contexto social; Desenvolver a pedagogia da pergunta (Paulo Freire e Antonio Faundez, Por uma Pedagogia da Pergunta, Editora Paz e Terra, 1985);
Proporcionar uma relação dialógica com o estudante; Envolver o estudante num processo que conduz a resultados, conclusões ou compromissos com a prática; Oferecer um processo de autoaprendizagem e corresponsabilidade no processo de aprendizagem.
Considerações Finais
A abordagem principal do tema vem enfocar os quatro pilares da educação e seus fundamentos“ Por Rubem Alves” traduzido a didática em uma linguagem poética sobre o assunto. Busca-se uma educação de qualidade, quebrando a ideia de quantidade, números, e de resultados, buscando a transformação não somente individual, mais social. Dentro desta perspectiva, o educador Rubem Alves analisa e valoriza o processo de ensino-aprendizagem e o educando de uma forma holística, trabalhando o todo e não somente as partes, demonstrando o processo e não somente o os fins. Neste sentido, o educador deixa de oferecer o conteúdo pronto e ensina o educando a pensar, a desenvolver o pensamento crítico, autônomo, participativo e atuante em todo o processo educacional.
Colaboração > Prof. Marcos L Souza
Marcos Leonardo de Souza é Educador e Escritor. Licenciado em Pedagogia, História e Música, com Pós-Graduação Lato Senso em Psicopedagogia, Alfabetização e Letramento, Educação Lúdica, Educação Musical, Educação Infantil, atuando nas áreas de consultoria, assessoria pedagógica, treinamentos, oficinas e palestras. Mestre em Educação.
Fonte:
http://focuseducacional.wordpress.com/2012/08/07/os-4-pilares-da-educacao-para-o-seculo-xxi/
http://lidicsb.spaceblog.com.br/299828/OS-QUATRO-PILARES-DA-EDUCACAO/
http://www.educacional.com.br/articulistas/outrosEducacao_artigo.asp?artigo=artigo0056
http://educaorgpelabase.blogspot.com.br/2013/10/4-pilares-da-educacao-rubens-alves.html
EDUCAÇÃO, SOCIEDADE E CULTURA.
OS QUATRO PILARES DA EDUCAÇÃO
"O homem não é um ser-substância de quem poderíamos descrever e coisificar as atitudes comportamentais. Não é um ser estático e acabado, cujo comportamento teria o privilégio de assemelhar-se à sua essência, isto é, a uma definição de seu ser inscrita na "natureza humana". Porque antes de constituir um ente como outro qualquer, o homem é um existente que se constrói constantemente por sua presença no mundo: é um ser histórico, em devir, que sempre se coloca em questão". JAPIASSU, Hilton.
A educação ao longo de toda a vida se refere à mudança da noção de qualificação, pautada em uma formação única para a noção de competência, que se relaciona a uma formação dinâmica, flexível, condizente com a ênfase atual no trabalho em equipe, na capacidade de iniciativa, na valorização de talentos e aptidões. Essa mudança advém da “desmaterialização” do trabalho que exige, além da técnica, a “aptidão para as relações interpessoais” (Delors, 2003, p. 95).
É preciso explorar, conhecer os processos, as relações nos seus discursos e sua pretensa efetivação e, assim, relacionar educação com a estrutura social e a construção histórica, das quais não se desvinculam. Dessa forma, expõem-se os sentidos velados, as fórmulas ideológicas que se articulam nos discursos, trazendo à tona interrogações necessárias a uma educação que possa ser verdadeiramente transformadora e humana. Compreender a sociedade, seus discursos, sua cultura, suas fundamentações é compreender os rumos que a educação tem tomado, e dessa forma pensar a possibilidade da experiência, do diferente, em direção a transformação social tão vulgarmente pronunciada na atualidade.
QUATRO PILARES DA EDUCAÇÃO
RUBEM ALVES
Métodos e metodologias em educação estão em constante mudança. Tradicionais, construtivistas, sócio-interacionistas, montessorianos, é tudo uma questão de escolha. Segundo a UNESCO e Jaques Delors, responsável pelo relatório da Comissão Internacional Sobre a educação do Século XX, para dar conta de sua missão e promover uma aprendizagem ao longo da vida, a educação deve se organizar em torno de quatro aprendizagens fundamentais. Aprendizagens estas que se transformarão para cada indivíduo em pilares do conhecimento e da formação continuada. Sem eles, não estaremos realmente preparando nossos alunos para viver em sociedade.
PILARES DA EDUCAÇÃO
PRIMEIRO: APRENDE A APRENDER
“Educar é mostrar a vida a quem ainda não a viu” (Rubem Alves). Educadores são pessoas que certamente amam crianças. Mas não basta amá-las. É preciso que a gente tenha também a vontade de ensinar o mundo as crianças. O primeiro passo é APRENDER a APRENDER. É necessário tornar prazeroso o ato de compreender, descobrir, construir e reconstruir o conhecimento para que não seja efêmero, para que se mantenha ao longo do tempo e para que valorize a curiosidade, a autonomia e a atenção permanentemente. É preciso também pensar o novo, reconstruir o velho e reinventar o pensar.
SEGUNDO PILAR: APRENDER A FAZER
Para APRENDER a APRENDER é preciso aprender a FAZER. As crianças tem verdadeiro fascínio por fazer. Elas querem o tempo todo “fazer coisas”. Não basta preparar-se com cuidados para inserir-se no setor do trabalho. A rápida evolução por que passam as profissões pede que o indivíduo esteja apto a enfrentar novas situações de emprego e a trabalhar em equipe, desenvolvendo espírito cooperativo e de humildade na reelaboração conceitual e nas trocas, valores necessários ao trabalho coletivo. Ter iniciativa e intuição, gostar de uma certa dose de risco, saber comunicar-se e resolver conflitos e ser flexível. Aprender a fazer envolve uma série de técnicas a serem trabalhadas.
TERCEIRO PILAR: APRENDER A CONVIVER
É preciso aprender a CONVIVER, a viver junto, a compreender o outro, aceitar as diferenças administrar conflitos. Me arrisco até a dizer que no mundo de hoje, talvez este seja um dos conhecimentos mais valorizados. Uma educação baseada nestes quatro pilares significa o fim do ensino-aprendizagem voltado apenas para a absorção de conteúdos. Significa ainda mais, pois implica em uma educação que liberta que faz crescer, que valoriza o pensar, e isto independe de qualquer método, metodologia ou linha pedagógica. No mundo atual, este é um importantíssimo aprendizado por ser valorizado quem aprende a viver com os outros, a compreendê-los, a desenvolver a percepção de interdependência, a administrar conflitos, a participar de projetos comuns, a ter prazer no esforço comum.
QUARTO PILAR: APRENDER A SER
É preciso também aprender a SER, o que necessariamente implica em educar os ouvidos para ouvir, e ouvir frequentemente o que não é dito. Despertar no aluno o sentido ético e estético, a responsabilidade pessoal, o pensamento autônomo, crítico a criatividade. É importante desenvolver sensibilidade, sentido ético e estético, responsabilidade pessoal, pensamento autônomo e crítico, imaginação, criatividade, iniciativa e crescimento integral da pessoa em relação à inteligência. A aprendizagem precisa ser integral, não negligenciando nenhuma das potencialidades de cada indivíduo.
Com base nessa visão dos quatro pilares do conhecimento, pode-se prever grandes consequências na educação. O ensino-aprendizagem voltado apenas para a absorção de conhecimento e que tem sido objeto de preocupação constante de quem ensina deverá dar lugar ao ensinar a pensar, saber comunicar-se e pesquisar, ter raciocínio lógico, fazer sínteses e elaborações teóricas, ser independente e autônomo; enfim, ser socialmente competente.
Uma educação fundamentada nos quatro pilares acima elencados sugere alguns procedimentos didáticos que lhe seja condizente, como:
Relacionar o tema com a experiência do estudante e de outros personagens do contexto social; Desenvolver a pedagogia da pergunta (Paulo Freire e Antonio Faundez, Por uma Pedagogia da Pergunta, Editora Paz e Terra, 1985);
Proporcionar uma relação dialógica com o estudante; Envolver o estudante num processo que conduz a resultados, conclusões ou compromissos com a prática; Oferecer um processo de autoaprendizagem e corresponsabilidade no processo de aprendizagem.
Considerações Finais
A abordagem principal do tema vem enfocar os quatro pilares da educação e seus fundamentos“ Por Rubem Alves” traduzido a didática em uma linguagem poética sobre o assunto. Busca-se uma educação de qualidade, quebrando a ideia de quantidade, números, e de resultados, buscando a transformação não somente individual, mais social. Dentro desta perspectiva, o educador Rubem Alves analisa e valoriza o processo de ensino-aprendizagem e o educando de uma forma holística, trabalhando o todo e não somente as partes, demonstrando o processo e não somente o os fins. Neste sentido, o educador deixa de oferecer o conteúdo pronto e ensina o educando a pensar, a desenvolver o pensamento crítico, autônomo, participativo e atuante em todo o processo educacional.
Colaboração > Prof. Marcos L Souza
Marcos Leonardo de Souza é Educador e Escritor. Licenciado em Pedagogia, História e Música, com Pós-Graduação Lato Senso em Psicopedagogia, Alfabetização e Letramento, Educação Lúdica, Educação Musical, Educação Infantil, atuando nas áreas de consultoria, assessoria pedagógica, treinamentos, oficinas e palestras. Mestre em Educação.
Fonte:
http://focuseducacional.wordpress.com/2012/08/07/os-4-pilares-da-educacao-para-o-seculo-xxi/
http://lidicsb.spaceblog.com.br/299828/OS-QUATRO-PILARES-DA-EDUCACAO/
http://www.educacional.com.br/articulistas/outrosEducacao_artigo.asp?artigo=artigo0056
http://educaorgpelabase.blogspot.com.br/2013/10/4-pilares-da-educacao-rubens-alves.html
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