Ver muitas notícias ruins pode te levar a ciclo de tristeza, afirma estudo


Ver muitas notícias ruins pode te levar a ciclo de tristeza, afirma estudo


Para especialistas, curiosidade em consumir notícias negativas é natural, mas excessos causam problemas de saúde pública.

Um novo estudo afirma que quanto mais notícias ruins uma pessoa consome, maior a probabilidade de ela ficar triste, se preocupar, e continuar lendo/assistindo notícias negativas. A pesquisa foi realizada nos Estados Unidos, e considerou uma amostra de 4165 voluntários.

O foco dos especialistas foram os eventos de "traumas coletivos", como atentados terroristas e desastres naturais. De acordo com eles, acompanhar esse tipo de acontecimento é normal e não causa problemas, desde que não se consuma notícias relacionadas a esses eventos de maneira exagerada.

"A cobertura midiática desses eventos, alimentada pelo ciclo de notícias de 24 horas e pela proliferação de tecnologias móveis, é muitas vezes repetitiva e pode conter imagens gráficas, vídeos e histórias sensacionalistas, estendendo o impacto a populações além das pessoas diretamente envolvidas", afirmou uma das pesquisadoras, a psicóloga Roxane Cohen Silver, à publicação da Universidade da Califórnia, em Irvine (UCI).

Essa foi a primeira vez que os efeitos desse tipo de consumo de notícias foi observado a longo prazo. "Nosso estudo é único porque é o primeiro a demonstrar o padrão [resultante] da exposição repetitiva a eventos de violência em massa, e o estresse que isso causa durante o tempo — e a ocorrência de diversos eventos — em uma grande parcela da população que foi seguida por vários anos", contou a psicóloga Rebecca Thompson ao Gizmodo.

A equipe ressalta que acompanhar quase "obsessivamente" os desdobramento de tragédias é comum, tanto porque é fruto da curiosidade humana, quanto porque é uma forma "instintiva" de saber o que fazer para ficar seguro. Contudo, o equilíbrio é essencial, principalmente por parte dos veículos de imprensa: "Para os meios de comunicação, recomendamos moderar os aspectos sensacionalistas da cobertura noticiosa desses eventos, de modo a não provocar preocupação e angústia excessiva entre os espectadores", recomendou Thompson.

Além disso, o estudo reafirmou o que já havia sindo apontado em outras pesquisas: a exposição exagerada a notícias ruins é um problema de saúde pública. Isso porque, eventos como esses causam implicações na saúde mental — e às vezes física — das pessoas: "A exposição repetida à cobertura noticiosa de traumas coletivos tem sido associada a consequências ruins para a saúde mental — como flashbacks — nas consequências imediatas, e respostas ao estresse pós-traumático e problemas de saúde física ao longo do tempo, mesmo entre indivíduos que não experimentaram diretamente o evento", alertou a psicóloga.





Ver muitas notícias ruins pode te levar a ciclo de tristeza, afirma estudo


Para especialistas, curiosidade em consumir notícias negativas é natural, mas excessos causam problemas de saúde pública.

Um novo estudo afirma que quanto mais notícias ruins uma pessoa consome, maior a probabilidade de ela ficar triste, se preocupar, e continuar lendo/assistindo notícias negativas. A pesquisa foi realizada nos Estados Unidos, e considerou uma amostra de 4165 voluntários.

O foco dos especialistas foram os eventos de "traumas coletivos", como atentados terroristas e desastres naturais. De acordo com eles, acompanhar esse tipo de acontecimento é normal e não causa problemas, desde que não se consuma notícias relacionadas a esses eventos de maneira exagerada.

"A cobertura midiática desses eventos, alimentada pelo ciclo de notícias de 24 horas e pela proliferação de tecnologias móveis, é muitas vezes repetitiva e pode conter imagens gráficas, vídeos e histórias sensacionalistas, estendendo o impacto a populações além das pessoas diretamente envolvidas", afirmou uma das pesquisadoras, a psicóloga Roxane Cohen Silver, à publicação da Universidade da Califórnia, em Irvine (UCI).

Essa foi a primeira vez que os efeitos desse tipo de consumo de notícias foi observado a longo prazo. "Nosso estudo é único porque é o primeiro a demonstrar o padrão [resultante] da exposição repetitiva a eventos de violência em massa, e o estresse que isso causa durante o tempo — e a ocorrência de diversos eventos — em uma grande parcela da população que foi seguida por vários anos", contou a psicóloga Rebecca Thompson ao Gizmodo.

A equipe ressalta que acompanhar quase "obsessivamente" os desdobramento de tragédias é comum, tanto porque é fruto da curiosidade humana, quanto porque é uma forma "instintiva" de saber o que fazer para ficar seguro. Contudo, o equilíbrio é essencial, principalmente por parte dos veículos de imprensa: "Para os meios de comunicação, recomendamos moderar os aspectos sensacionalistas da cobertura noticiosa desses eventos, de modo a não provocar preocupação e angústia excessiva entre os espectadores", recomendou Thompson.

Além disso, o estudo reafirmou o que já havia sindo apontado em outras pesquisas: a exposição exagerada a notícias ruins é um problema de saúde pública. Isso porque, eventos como esses causam implicações na saúde mental — e às vezes física — das pessoas: "A exposição repetida à cobertura noticiosa de traumas coletivos tem sido associada a consequências ruins para a saúde mental — como flashbacks — nas consequências imediatas, e respostas ao estresse pós-traumático e problemas de saúde física ao longo do tempo, mesmo entre indivíduos que não experimentaram diretamente o evento", alertou a psicóloga.





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