BNCC na Educação Infantil: Saiba quais são os novos enfoques
A partir do ano letivo de 2019, algumas mudanças propostas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) devem
começar a aparecer nas escolas de todo o país. Tanto a BNCC na Educação
Infantil quanto no Ensino Fundamental trazem diretrizes que devem ser
implementadas até 2020.
A Base não é um currículo, mas sim um
documento que define o conjunto de aprendizagens fundamentais, as quais
os alunos da Educação Básica devem desenvolver.
Nesse sentido, a Educação Infantil se configura como a primeira etapa da
Educação Básica, ou seja, é nela que o processo educacional tem início.
Segundo a BNCC:
A entrada na creche ou na pré-escola significa, na maioria das vezes, a primeira separação das crianças dos seus vínculos afetivos familiares para se incorporarem a uma situação de socialização estruturada.
(BNCC)
Dessa forma, é fundamental compreender como se a dá Base nesse segmento e
quais são as aprendizagens que a criança deve desenvolver. E aí, você
já sabe quais são as principais diretrizes da BNCC na Educação Infantil?
O que muda com a Base e o que permanece? Continue lendo esse post que
vamos te explicar!
O que já era realidade antes da BNCC na Educação Infantil?
Antes de pontuarmos os novos focos da BNCC na Educação Infantil, vamos
discutir o que já havia antes da homologação do documento. Vamos lá?
- A BNCC não invalida os documentos e leis que já estão postos; portanto, as diretrizes educacionais anteriores a Base continuam valendo. Assim, a BNCC propõe um conjunto de orientações às equipes pedagógicas para a elaboração dos currículos.
- Os eixos de estruturais da Educação Infantil continuam os mesmos, conforme propõe as Diretrizes Curriculares Nacionais, de 2009, e os documentos relativos ao segmento. Portanto, interagir e brincar continua sendo o foco do trabalho com esses alunos.
Além desses dois pontos, é importante ressaltar que a BNCC da Educação
Básica integra não só o segmento da Educação Infantil, mas também o
Ensino Fundamental e o Ensino Médio (já homologada pelo ministro da
Educação). Dessa forma, as Competências Gerais da BNCC não mudam, elas
são as mesmas para todos os segmentos.
Agora que você já viu o que já era realidade antes da BNCC na Educação
Infantil, vamos ver quais são os novos focos que ela propõe? Continue
lendo esse post e confira!
Qual o novo foco com a BNCC na Educação Infantil?
No próximo ano, a BNCC trará a orientação de trabalhar com foco nos
eixos estruturais, direitos de aprendizagem da criança e campos de
experiência. Eles já existiam, mas com a Base ganham um enfoque maior na
prática pedagógica e na rotina escolar.
Os eixos estruturais, interagir e brincar, são importantes para que a
criança consolide sua aprendizagem. É a partir da brincadeira e da
interação que ela desenvolve, nesta etapa, as estruturas, habilidades e
competências que serão importantes ao longo de toda a vida.
A seguir, vamos explicar os novos focos da BNCC na Educação Infantil:
os direitos de aprendizagem e os campos de experiências, além da
divisão da faixa etária e a nomenclatura usada para as etapas deste
segmento. Vamos lá?
Direitos de aprendizagem
A BNCC na Educação Infantil estabelece seis direitos de aprendizagem:
conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhecer-se. São
eles que asseguram as condições para que as crianças “aprendam em
situações nas quais possam desempenhar um papel ativo em ambientes que
as convidem a vivenciar desafios e a sentirem-se provocadas a
resolvê-los, nas quais possam construir significados sobre si, os outros
e o mundo social e natural” (BNCC).
Confira abaixo como esses direitos de aprendizagem aparecem no documento
da BNCC na Educação Infantil e a proposta de cada um deles:
Conviver: Conviver
com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos, utilizando
diferentes linguagens, ampliando o conhecimento de si e do outro, o
respeito em relação à cultura e às diferenças entre as pessoas.
Brincar: Brincar
cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com
diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando
seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação,
sua criatividade, suas experiências emocionais, corporais, sensoriais,
expressivas, cognitivas, sociais e relacionais.
Participar: Participar
ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do planejamento da
gestão da escola e das atividades propostas pelo educador quanto da
realização das atividades da vida cotidiana, tais como a escolha das
brincadeiras, dos materiais e dos ambientes, desenvolvendo diferentes
linguagens e elaborando conhecimentos, decidindo e se posicionando.
Explorar: Explorar
movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções,
transformações, relacionamentos, histórias, objetos, elementos da
natureza, na escola e fora dela, ampliando seus saberes sobre a cultura,
em suas diversas modalidades: as artes, a escrita, a ciência e a
tecnologia.
Expressar: Expressar,
como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas necessidades,
emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões,
questionamentos, por meio de diferentes linguagens.
Conhecer-se: Conhecer-se
e construir sua identidade pessoal, social e cultural, constituindo uma
imagem positiva de si e de seus grupos de pertencimento, nas diversas
experiências de cuidados, interações, brincadeiras e linguagens
vivenciadas na instituição escolar e em seu contexto familiar e
comunitário.
Se percebermos, todos estes direitos são verbos de ação. E o que isso
pressupõe no contexto da Educação Infantil? É a partir destas ações,
utilizando os campos de experiência (que vamos abordar no próximo
tópico), que as crianças consolidam todos os seus direitos de
aprendizagem.
Campos de experiência
Como vimos anteriormente nesse post, as interações e as brincadeiras
fazem parte dos eixos estruturais da Educação Infantil e são eles que
asseguram às crianças os direitos de aprendizagem. Levando isso em
consideração, a BNCC na Educação Infantil é estruturada em cinco campos
de experiência.
De acordo com a Base:
Os campos de experiências constituem um arranjo curricular que acolhe as situações e as experiências concretas da vida cotidiana das crianças e seus saberes, entrelaçando-os aos conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural. A definição e a denominação dos campos de experiências também se baseiam no que dispõem as DCNEI em relação aos saberes e conhecimentos fundamentais a ser propiciados às crianças e associados às suas experiências.
(BNCC)
Assim, ao considerar esses saberes e conhecimentos, a BNCC estrutura os campos de experiência da seguinte forma:
O eu, o outro e o nós: É
a partir da interação e do convívio com outras crianças, que a criança
começa a construir sua identidade e a descobrir o outro. Quando ela
chega na escola, seu foco é seu próprio mundo (EU). Com o trabalho
realizado no ambiente escolar, ela passa a perceber seus colegas (OUTRO)
e logo está interagindo no meio dos outros (NÓS).
Portanto, é na Educação Infantil que a criança amplia sua autopercepção,
assim como a percepção do outro. Além de valorizar sua identidade, ela
aprende a respeitar os outros e a reconhecer as diferenças entre ela e
seus colegas.
Corpo, gestos e movimentos: A
criança explora o espaço em que vive e os objetos a sua volta com o
corpo, por meio dos sentidos, gestos e movimentos. É nesse contexto – a
partir das linguagens como música, dança, teatro e brincadeiras – que
elas estabelecem relações, expressam-se, brincam e produzem
conhecimentos.
É na Educação Infantil que o corpo das crianças ganha centralidade. Por
isso, é importante que a escola promova atividade lúdicas com
interações, nas quais as crianças possam “explorar e vivenciar um amplo
repertório de movimentos, gestos, olhares, sons e mímicas com o corpo,
para descobrir variados modos de ocupação e uso do espaço com o corpo
(tais como sentar com apoio, rastejar, engatinhar, escorregar, caminhar
apoiando-se em berços, mesas e cordas, saltar, escalar, equilibrar-se,
correr, dar cambalhotas, alongar-se etc.)” (BNCC)
Traços, sons, cores e formas: A
convivência com diferentes manifestações artísticas, culturais e
científicas no espaço escolar possibilita a vivência de várias formas de
expressão e linguagens. A partir dessas experiências, as crianças
desenvolvem seu senso estético e crítico, além da autonomia para criar
suas produções artísticas e culturais.
Dessa forma, é de extrema importância para a criança da Educação
Infantil o contato com as artes visuais, música, teatro, dança e
audiovisual, para que ela possa desenvolver sua sensibilidade,
criatividade e sua própria maneira de se expressar.
Escuta, fala, pensamento e imaginação: O
contato com experiências nas quais as crianças possam desenvolver sua
escuta e fala são importantes para sua participação na cultura oral,
pertencente a um grupo social. Além da oralidade, é fundamental que a
criança inicie seu contato com a cultura escrita a partir do que já
conhecem e de suas curiosidades.
Ao escutar histórias, participar de conversas, ter contato com livros,
as crianças irão desenvolver, além de sua oralidade, a compreensão da
escrita como uma forma de comunicação.
Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações: A
criança da Educação Infantil está inserida em um mundo de descobertas,
com espaços e tempos de diferentes dimensões. Logo, é nessa idade que
ela começa a despertar sua curiosidade para o mundo físico, seu corpo,
animais, plantas, natureza, conhecimentos matemáticos, bem como para as
relações do mundo sociocultural.
Por isso, a BNCC entende que, na Educação Infantil, a escola “precisa
promover experiências nas quais as crianças possam fazer observações,
manipular objetos, investigar e explorar seu entorno, levantar hipóteses
e consultar fontes de informação para buscar respostas às suas
curiosidades e indagações.”
Dessa forma, a instituição cria oportunidades para a criança ampliar seu
conhecimento de mundo, de modo a utilizá-los em seu cotidiano.
Divisão da faixa etária e nomenclatura
Com a BNCC da Educação Básica, a divisão da faixa etária e a
nomenclatura usada para os segmentos da Educação Infantil foram
alterados, levando em consideração as especificidades necessárias a cada
um dos grupos etários que constituem os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento desta etapa.
Assim, a divisão etária é estruturada de acordo com a imagem abaixo:
Como afirma a própria BNCC, é importante não considerar esses grupos
etários de forma rígida, visto que há diferenças no ritmo de
aprendizagem e no desenvolvimento das crianças que devem ser levados em
conta.
Conclusão
Nesse post, você viu quais são os novos focos da BNCC na Educação
Infantil a partir dos conceitos de direitos de aprendizagem e campos de
experiências, os quais estão ligados com os eixos estruturais desse
segmento – interagir e brincar.
Nas outras etapas da educação básica, como o Ensino Fundamental, as
orientações propostas pela BNCC também começam a valer a partir de 2019.
Aqui, é fundamental entender que a organização da base é diferente em
cada segmento.
Enquanto na Educação Infantil a BNCC apresenta os direitos de
aprendizagem, campos de experiência e objetivos de aprendizagem e
desenvolvimento, no Ensino Fundamental a estrutura se dá pelas áreas do
conhecimento, objetivos específicos de cada componente curricular e as
habilidades que o aluno deve desenvolver ao longo desta etapa.
Outro ponto importante para ficar atento é a transição entre a Educação
Infantil e o Ensino Fundamental, pois, como aponta a BNCC, é preciso que
haja uma continuidade em seu percurso educativo e “equilíbrio entre as
mudanças introduzidas, garantindo integração e continuidade dos
processos de aprendizagens das crianças, respeitando suas singularidades
e as diferentes relações que elas estabelecem com os conhecimentos,
assim como a natureza das mediações de cada etapa.”BNCC na Educação Infantil: Saiba quais são os novos enfoques
A partir do ano letivo de 2019, algumas mudanças propostas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) devem
começar a aparecer nas escolas de todo o país. Tanto a BNCC na Educação
Infantil quanto no Ensino Fundamental trazem diretrizes que devem ser
implementadas até 2020.
A Base não é um currículo, mas sim um
documento que define o conjunto de aprendizagens fundamentais, as quais
os alunos da Educação Básica devem desenvolver.
Nesse sentido, a Educação Infantil se configura como a primeira etapa da
Educação Básica, ou seja, é nela que o processo educacional tem início.
Segundo a BNCC:
A entrada na creche ou na pré-escola significa, na maioria das vezes, a primeira separação das crianças dos seus vínculos afetivos familiares para se incorporarem a uma situação de socialização estruturada.
(BNCC)
Dessa forma, é fundamental compreender como se a dá Base nesse segmento e
quais são as aprendizagens que a criança deve desenvolver. E aí, você
já sabe quais são as principais diretrizes da BNCC na Educação Infantil?
O que muda com a Base e o que permanece? Continue lendo esse post que
vamos te explicar!
O que já era realidade antes da BNCC na Educação Infantil?
Antes de pontuarmos os novos focos da BNCC na Educação Infantil, vamos
discutir o que já havia antes da homologação do documento. Vamos lá?
- A BNCC não invalida os documentos e leis que já estão postos; portanto, as diretrizes educacionais anteriores a Base continuam valendo. Assim, a BNCC propõe um conjunto de orientações às equipes pedagógicas para a elaboração dos currículos.
- Os eixos de estruturais da Educação Infantil continuam os mesmos, conforme propõe as Diretrizes Curriculares Nacionais, de 2009, e os documentos relativos ao segmento. Portanto, interagir e brincar continua sendo o foco do trabalho com esses alunos.
Além desses dois pontos, é importante ressaltar que a BNCC da Educação
Básica integra não só o segmento da Educação Infantil, mas também o
Ensino Fundamental e o Ensino Médio (já homologada pelo ministro da
Educação). Dessa forma, as Competências Gerais da BNCC não mudam, elas
são as mesmas para todos os segmentos.
Agora que você já viu o que já era realidade antes da BNCC na Educação
Infantil, vamos ver quais são os novos focos que ela propõe? Continue
lendo esse post e confira!
Qual o novo foco com a BNCC na Educação Infantil?
No próximo ano, a BNCC trará a orientação de trabalhar com foco nos
eixos estruturais, direitos de aprendizagem da criança e campos de
experiência. Eles já existiam, mas com a Base ganham um enfoque maior na
prática pedagógica e na rotina escolar.
Os eixos estruturais, interagir e brincar, são importantes para que a
criança consolide sua aprendizagem. É a partir da brincadeira e da
interação que ela desenvolve, nesta etapa, as estruturas, habilidades e
competências que serão importantes ao longo de toda a vida.
A seguir, vamos explicar os novos focos da BNCC na Educação Infantil:
os direitos de aprendizagem e os campos de experiências, além da
divisão da faixa etária e a nomenclatura usada para as etapas deste
segmento. Vamos lá?
Direitos de aprendizagem
A BNCC na Educação Infantil estabelece seis direitos de aprendizagem:
conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhecer-se. São
eles que asseguram as condições para que as crianças “aprendam em
situações nas quais possam desempenhar um papel ativo em ambientes que
as convidem a vivenciar desafios e a sentirem-se provocadas a
resolvê-los, nas quais possam construir significados sobre si, os outros
e o mundo social e natural” (BNCC).
Confira abaixo como esses direitos de aprendizagem aparecem no documento
da BNCC na Educação Infantil e a proposta de cada um deles:
Conviver: Conviver
com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos, utilizando
diferentes linguagens, ampliando o conhecimento de si e do outro, o
respeito em relação à cultura e às diferenças entre as pessoas.
Brincar: Brincar
cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com
diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando
seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação,
sua criatividade, suas experiências emocionais, corporais, sensoriais,
expressivas, cognitivas, sociais e relacionais.
Participar: Participar
ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do planejamento da
gestão da escola e das atividades propostas pelo educador quanto da
realização das atividades da vida cotidiana, tais como a escolha das
brincadeiras, dos materiais e dos ambientes, desenvolvendo diferentes
linguagens e elaborando conhecimentos, decidindo e se posicionando.
Explorar: Explorar
movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções,
transformações, relacionamentos, histórias, objetos, elementos da
natureza, na escola e fora dela, ampliando seus saberes sobre a cultura,
em suas diversas modalidades: as artes, a escrita, a ciência e a
tecnologia.
Expressar: Expressar,
como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas necessidades,
emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões,
questionamentos, por meio de diferentes linguagens.
Conhecer-se: Conhecer-se
e construir sua identidade pessoal, social e cultural, constituindo uma
imagem positiva de si e de seus grupos de pertencimento, nas diversas
experiências de cuidados, interações, brincadeiras e linguagens
vivenciadas na instituição escolar e em seu contexto familiar e
comunitário.
Se percebermos, todos estes direitos são verbos de ação. E o que isso
pressupõe no contexto da Educação Infantil? É a partir destas ações,
utilizando os campos de experiência (que vamos abordar no próximo
tópico), que as crianças consolidam todos os seus direitos de
aprendizagem.
Campos de experiência
Como vimos anteriormente nesse post, as interações e as brincadeiras
fazem parte dos eixos estruturais da Educação Infantil e são eles que
asseguram às crianças os direitos de aprendizagem. Levando isso em
consideração, a BNCC na Educação Infantil é estruturada em cinco campos
de experiência.
De acordo com a Base:
Os campos de experiências constituem um arranjo curricular que acolhe as situações e as experiências concretas da vida cotidiana das crianças e seus saberes, entrelaçando-os aos conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural. A definição e a denominação dos campos de experiências também se baseiam no que dispõem as DCNEI em relação aos saberes e conhecimentos fundamentais a ser propiciados às crianças e associados às suas experiências.
(BNCC)
Assim, ao considerar esses saberes e conhecimentos, a BNCC estrutura os campos de experiência da seguinte forma:
O eu, o outro e o nós: É
a partir da interação e do convívio com outras crianças, que a criança
começa a construir sua identidade e a descobrir o outro. Quando ela
chega na escola, seu foco é seu próprio mundo (EU). Com o trabalho
realizado no ambiente escolar, ela passa a perceber seus colegas (OUTRO)
e logo está interagindo no meio dos outros (NÓS).
Portanto, é na Educação Infantil que a criança amplia sua autopercepção,
assim como a percepção do outro. Além de valorizar sua identidade, ela
aprende a respeitar os outros e a reconhecer as diferenças entre ela e
seus colegas.
Corpo, gestos e movimentos: A
criança explora o espaço em que vive e os objetos a sua volta com o
corpo, por meio dos sentidos, gestos e movimentos. É nesse contexto – a
partir das linguagens como música, dança, teatro e brincadeiras – que
elas estabelecem relações, expressam-se, brincam e produzem
conhecimentos.
É na Educação Infantil que o corpo das crianças ganha centralidade. Por
isso, é importante que a escola promova atividade lúdicas com
interações, nas quais as crianças possam “explorar e vivenciar um amplo
repertório de movimentos, gestos, olhares, sons e mímicas com o corpo,
para descobrir variados modos de ocupação e uso do espaço com o corpo
(tais como sentar com apoio, rastejar, engatinhar, escorregar, caminhar
apoiando-se em berços, mesas e cordas, saltar, escalar, equilibrar-se,
correr, dar cambalhotas, alongar-se etc.)” (BNCC)
Traços, sons, cores e formas: A
convivência com diferentes manifestações artísticas, culturais e
científicas no espaço escolar possibilita a vivência de várias formas de
expressão e linguagens. A partir dessas experiências, as crianças
desenvolvem seu senso estético e crítico, além da autonomia para criar
suas produções artísticas e culturais.
Dessa forma, é de extrema importância para a criança da Educação
Infantil o contato com as artes visuais, música, teatro, dança e
audiovisual, para que ela possa desenvolver sua sensibilidade,
criatividade e sua própria maneira de se expressar.
Escuta, fala, pensamento e imaginação: O
contato com experiências nas quais as crianças possam desenvolver sua
escuta e fala são importantes para sua participação na cultura oral,
pertencente a um grupo social. Além da oralidade, é fundamental que a
criança inicie seu contato com a cultura escrita a partir do que já
conhecem e de suas curiosidades.
Ao escutar histórias, participar de conversas, ter contato com livros,
as crianças irão desenvolver, além de sua oralidade, a compreensão da
escrita como uma forma de comunicação.
Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações: A
criança da Educação Infantil está inserida em um mundo de descobertas,
com espaços e tempos de diferentes dimensões. Logo, é nessa idade que
ela começa a despertar sua curiosidade para o mundo físico, seu corpo,
animais, plantas, natureza, conhecimentos matemáticos, bem como para as
relações do mundo sociocultural.
Por isso, a BNCC entende que, na Educação Infantil, a escola “precisa
promover experiências nas quais as crianças possam fazer observações,
manipular objetos, investigar e explorar seu entorno, levantar hipóteses
e consultar fontes de informação para buscar respostas às suas
curiosidades e indagações.”
Dessa forma, a instituição cria oportunidades para a criança ampliar seu
conhecimento de mundo, de modo a utilizá-los em seu cotidiano.
Divisão da faixa etária e nomenclatura
Com a BNCC da Educação Básica, a divisão da faixa etária e a
nomenclatura usada para os segmentos da Educação Infantil foram
alterados, levando em consideração as especificidades necessárias a cada
um dos grupos etários que constituem os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento desta etapa.
Assim, a divisão etária é estruturada de acordo com a imagem abaixo:
Como afirma a própria BNCC, é importante não considerar esses grupos
etários de forma rígida, visto que há diferenças no ritmo de
aprendizagem e no desenvolvimento das crianças que devem ser levados em
conta.
Conclusão
Nesse post, você viu quais são os novos focos da BNCC na Educação
Infantil a partir dos conceitos de direitos de aprendizagem e campos de
experiências, os quais estão ligados com os eixos estruturais desse
segmento – interagir e brincar.
Nas outras etapas da educação básica, como o Ensino Fundamental, as
orientações propostas pela BNCC também começam a valer a partir de 2019.
Aqui, é fundamental entender que a organização da base é diferente em
cada segmento.
Enquanto na Educação Infantil a BNCC apresenta os direitos de
aprendizagem, campos de experiência e objetivos de aprendizagem e
desenvolvimento, no Ensino Fundamental a estrutura se dá pelas áreas do
conhecimento, objetivos específicos de cada componente curricular e as
habilidades que o aluno deve desenvolver ao longo desta etapa.
Outro ponto importante para ficar atento é a transição entre a Educação
Infantil e o Ensino Fundamental, pois, como aponta a BNCC, é preciso que
haja uma continuidade em seu percurso educativo e “equilíbrio entre as
mudanças introduzidas, garantindo integração e continuidade dos
processos de aprendizagens das crianças, respeitando suas singularidades
e as diferentes relações que elas estabelecem com os conhecimentos,
assim como a natureza das mediações de cada etapa.”
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